terça-feira, 28 de abril de 2009

O que eu não contei nunca

Eu e o Javi fomos companheiros durante algum tempo. Companheiros de vida de luz de escuridão de medos de paixão de abrir e de fechar de estar e de sair de ir embora e voltar. Namorámos um ano à distância e depois acabei ir vivendo para a cidade maravilhosa de Valência. Na altura em que vivíamos separados viajávamos sempre que podíamos para estar juntos. Foi assim que fui algumas vezes ao aeroporto de Vigo. É por isso que amo aeroportos e o prazer da espera e o prazer da chegada. Aquele impacte quando vês a pessoa ao fim de algum tempo, que te diz se tem passado bem ou mal que te diz se a amas, é naqueles centésimos de segundos que revês todos os teus planos, é como quando tens um acidente e a tua vida corre num ecrã. Num desses dias, já na autoestrada a caminho de Braga, escutávamos um CD de Rodrigo Leão. Lembro-me que lhe disse que havia uma música que gostava muito que tinha as nossas duas línguas. Cantei-lhe um pouco da Feiticeira. Lembrei-me de que às vezes passava na rádio e disse-lhe, vou ligar o rádio, por vezes passa, e carreguei no botão de busca automática. Parou numa estação, dessas pouco conhecidas e começou a ouvir-se uma música, ummm, pensei, esta música não me é estranha.
ERA, ERA ESSA, DE VERDADE! Tive de parar o carro, felizmente havia a estação de serviço de Barcelos, porque já estava cega de lágrimas. Chorámos os dois emocionados. Assim é o Universo, dá-nos tudo o que pedimos. Agora de volta a Braga e o meu amigo Javi na sua casinha nova em Benicalap, sabemos que o Universo continua a dar-nos sempre tudo.

1 comentário:

Lusbelo disse...

Olá Amelie!

Detesto aeroportos mas amo aqueles momentos mágicos de que falas. Também adoro o Rodrigo Leão e gosto da feiticeira.

De ti gosto muito e gostava de te ver pelo meu cantinho mais vezes.

Bjs