terça-feira, 22 de setembro de 2009

Todos os dias vês gente linda que não se acha suficientemente boa, que não gosta de si. Como é possível se são perfeitas, maravilhosas, que monstros deixaram entrar nas suas cabeças? Esses monstros estão por aí, também são lindos, só esperam carinhos e abraços, mas por agora só sabem deitar fogo pelas ventas. Esses monstros entraram nas suas vidas e prenderam tudo. Mas não foi por mal, só ainda não sabem que o amor é para o outro lado. Quando vês fazerem sofrer alguém que amas dói não ter dó do monstro e quase que eras capaz de pegar na espada e fazê-la engolir e depois o monstro lançaria rugidos de agonia e contorceria a cauda de espinhos e quereria lançar labaredas do mal mas já lhe cortaste a língua e dá um rugido final e cai num precipício de lava e é purificado e todo o mal se evapora. Por mais que acredites em contos de fada sabes que não é assim. Só que tens todo o tempo do mundo e esperas.
hoje li um poema de amor no blog de um amigo, lindo, dizia 'vou desabar sobre o teu corpo' e muito mais e falava de ruídos e decotes e eu fiquei com uma vontade enorme de te dizer assim coisas lindas, porque quando penso em ti vejo um poema perfeito e quase impossível de alcançar e eu sei que esse poema me pertence sem que seja meu e que me ama sem me sufocar e que me ilumina porque o vejo no teu rosto mas não queria ser vulgar.
queria escrevê-lo já, mas vou ser paciente para que possa ser perfeito como tu, porque o que sinto é fácil de descrever por ruídos de beijos e suspiros mas difícil em palavras, o que não é bem verdade porque hoje aprendi que é mais fácil escrever do que respirar, escrever é mais natural e eu amo-te.
nunca soube muito bem o amanhã, sabia que queria estar pegada a ti
nunca soube muito bem por que te dizia tudo sem filtrar nem medir
nunca soube muito bem por que esperei tanto se sempre conheci gente tão linda
nunca soube muito bem por que gostava de cantar se era só para mim
nunca soube muito bem por que acreditava que algo de grande estaria para acontecer
nunca soube muito bem por que ficava feliz por mais um dia sem nada novo
nunca soube muito bem de onde vinha a alegria de abrir os olhos
nunca soube muito bem por que as coisas não iam por aquele caminho
nunca soube muito bem por que sabia que um dia ias chegar
e tu vieste perfeito tal como eu imaginei e mais por não acreditar merecer tanto
e agora acredito e só me apetece desabar sobre ti e agradecer em francês porque nunca soube muito bem mas acho que é a língua Dele.

não é assunto para poesia

escova de dentes não é assunto para poesia. quando disseste que tinhas a tua escova de dentes no copo da casa de banho junto à minha soube que ias ficar e agora comprei uma escova de dentes para ficar junto à minha no copo da casa de banho mesmo quando não estás.

O nosso Haja o Que Houver

haja o que houver
eu estou aqui
haja o que houver
espero por ti
volta no vento
ó meu amor
volta depressa
por favor

há quanto tempo
já esqueci
porque fiquei
longe de ti
cada momento
é melhor
volta no vento
por favor

eu sei, eu sei
quem és para mim
haja o que houver
eu estou aqui

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Joy


I’m so happy: now blue angel is becoming the
angel of joy!
No more suffering, be happy be happy!
I always love everything of you

12 de Setembro

casamento perfeito
não tem hora nem data marcada
Acontece
não tem limousine
ombro de amigo carrega
vem de branco porque saiu assim
não tem ramo
são lindas de mais para pegar
não ouve Ave Maria nem Haja o Que Houver
mas tem pio de coruja e serenata de cigarra
não tem padre nem missa nem padrinho
mas tem anjo dançando em redor de fogueira
e sabe que Deus vive (também)no coração do Gerês

seu noivo pega em você e pergunta
cê qué casa comigo?
você olha o céu estrelado
a lua-de-mel lhe pisca o olho
cê responde
quero sim
depois ouve
mia muier, mia muier
e mais que copo de água tem beijo e abraço que não acaba mais

que loucura minha filha, sua mãe sorri
sim, é bom rir
volta depressa maridinho, seu lugar é aqui pertinho de mim

(inspirado na amiga e Poeta Adriana que com o seu exemplo sempre me fez crer ser possivel)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

é como o ar quente que ondula
a princípio parecia uma miragem
agora sabes que é real
também para ti

e a tua vida é toda uma comunhão e uma missa
fazes uma inspiração profunda
sabes que podes agora descansar
a corrente do amor vos arrasta
o oceano está perto
já se ouve
é como os sinos das renas
ou os guizos das fadas
antes havia muitas pedras no caminho
agora está tudo de mãos dadas
a água e as pedras e as margens
e os que estão a ver passar
e os que navegam dentro
e as maravilhas que vos esperam
porque há sempre mais e mais bonito
embora já não anseies mais nada.
é como quando sentes o cheiro da flor da laranjeira ou os sons numa noite de verão ou quando um bebé sorri em soluços ou estás cheio de sede e levas um copo de água fresca aos lábios ou mesmo quando abres a janela no preciso momento em que o sol desperta ou te surpreendes com um canto que não conheces ou quando te deitas numa cama feita de fresco ou quando no outono segues uma folha de encontro ao chão ou quando os semáforos estão sempre verdes e tens muito sítio para estacionar ou quando entras no mar no início de época ou uma borboleta te poisa na pele ou alguém te escreve um poema ou te compõe uma música ou te dá um abraço e diz que gosta de ti ou quando ouves falar de como eras em criança ou quando escreves o que tens dentro ou lês um conto que te diz tudo o que precisas saber ou quando sentes que tudo está sempre bem ou quando sabes que não precisas de mais nada ou como quando tocas sem precisar de tocar, sorris só porque estás vivo, amas porque já não sabes viver de outra forma.
é assim o que vai nos teus olhos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Surprise!

Je t'aime!

(é, é verdade, o príncipe chegou, não chegou tarde, chegou no momento exacto, não chegou devagar, chegou caminhando, não chegou com pompa, mas trouxe toda a banda, não chegou anunciado, mas fez-se notar, não chegou de pluma, mas vestiu o sorriso, não precisou de séquito, só de me salvar e eu salveio-o de volta.
os contos de fadas são tão reais como o ar que nos entra pelas narinas ; ) haverá quem ainda não acredite?