terça-feira, 29 de julho de 2008

Mudança de casa


Mudança de casa, sabe como é, né? Na dá tempo pr'a mais nada!

sábado, 26 de julho de 2008

2 semanas e meia

O grupo em versão reduzida
Estas duas semanas em Cuenca não se podem definir. Foram largas, larguíssimas e muito curtas também. Intensas e reveladoras. Fico-me com as recordações das gentes. Salamanca estava tão bem auxiliada desde arriba e Valência nem falar. O Brasil, ó gente maravilhosa! Vigo, S. Tiago de Compostela, Canárias, Albacete, Barcelona, Madrid, Ávila, Santander... e Cuenca, claro, queridas Ana e Paula. México, que lindas as pessoas do México, tenho um pedacinho daí, Colombia, Chile, Argentina, que linda gente! E como todos gostam de Portugal, de Saramago, da comida, do fado, fiquei impressionada. Jurei a Toity que iria ter classes de canto. Afinal o meu fado sou eu quem pouquito a pouco o vai construindo. Sim, porque eu cantei. Foram os meus primeiros aplausos. E um bater de asas de coruja.
Marcaram-me os 3 anjos e um maneta chifrudo na praça das angústias. Uma clown e a árvore, o homem e o caminho.

Cuentame un cuento Conta-me um conto 4

O espectáculo terminara. Passamos a comentar a experiência. Estavamos impressionados. Um turbilhão de emoções ilustradas numa tela. A máscara caía e o artista apresentava-se nu aos nossos olhos. O tema voltou às férias. Sim, gostaria de os acompanhar aí um dia. O meu pai vivia agora em Luanda e gostaria muito de o visitar. Nasci e cresci com o cheiro desse país sem nunca o ter conhecido. Ao longe pede-me uma visita. Nesse mesmo instante veio-me à cabeça o livro. O artista desmascarado parecia agora um gigante de olhos rasos. Um grupo de pessoas da mesa ao lado chamavam-no. Pauline. Pareceu-me ouvir esse nome. Era o livro a dar-me volta à cabeça.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cuentame un cuento Conta-me um conto 3

Uma estrela descendente acende a noite. Há muito tempo que não via um pirilampo. Quando era criança e brincava às escondidas sempre aí estavam a fazer-me companhia. De tanto iluminarem tinha medo que revelassem o meu esconderijo. Pauline. O título não me despertava sensações. Parecia ser o nome de uma mulher. O artista continuava a compor a sua tela. Abstracto, sim, era abstracto o que fazia. Transmitia agitação, igual à música que o acompanhava. Talvez eu estivesse a precisar dessa agitação. A minha vida estava a entrar na zona cómoda de onde sempre me tinha escapado.
A minha amiga falou-me baixinho ao ouvido. Que lês, perguntou. Nada, é um livro daqui. Não o posso levar porque não tenho outro para troca. Voltarei por ele. Acenou com a cabeça que entendia. Na verdade estava com muita curiosidade de passar os olhos pelo livro.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Compromisso

Cuenca, Plaza Mayor Foto de Javi

Receta

Abrazar un árbol todos los días

Cuentame un cuento Conta-me um conto 2

Chegavam os meus amigos. O diálogo com o livro terminava mesmo antes de começar. Via-os bem, felizes. Eu também estava muito contente de os abraçar. Contamos novidades. Sim, estava de regresso definitivo. Tão cedo não tinha intenções de sair do país. Esta alma lusitana que me tem cativa. Sacaram o seu portátil e começaram a mostrar-me as fotos das férias. Gente seminua misturava-se com uma natureza exuberante. Carapinhas e sorrisos desmesurados que pareciam chorar. Estava impressionada.
Ali estava o livro abandonado em cima da mesa. Na verdade tinha muita vontade de ver do que tratava. Passei as mãos pela capa. Era de tecido áspero. Senti a tela que o envolvia, de um creme sujo, gasto pelo tempo. Em baixo relevo estava esculpido o título. O artista seguia com os seus frascos de tintas multicolores. Ia-as combinando na enorme tela ao som da música. O cheiro a químicos resultava um pouco desagradável. Menos mal que estavamos ao ar livre.Os meus amigos adivinharam-me os penasmentos. Entreolhamo-nos e sorrimos. Logo voltamos a admirar a criação espontânea que ia surgindo.
Com os dedos percorri cada letra. Pauline.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cuentame un cuento Conta-me um conto 1

Este é o começo de uma aventura que não sabemos onde irá acabar. Para já vai apenas começar. Espontaneamente irá saindo e crescendo. Sem rascunho. Espero divertir e divertir-me com este improviso.

E assim começou. Uma ronda de livros entre desconhecidos. Numa pequena associação havia começado um projecto de troca de livros. Chamava-se ronda de livros e cada um podia levar livros livremente para casa a câmbio de deixar outro. Nessa noite fui tomar uma cervejita com os amigos. Ia ver um ilustrador que compunha ao som da música. O espectáculo estava atrasado. As prateleiras de livros estavam por todas as partes. Esperava os meus amigos e observava-os. Ia passando os olhos e reconhecendo alguns; o vermelho e o negro, a jangada de pedra, o crime do padre amaro. Uma grande variedade. Estava de verdade com vontade de pegar algum poema enquanto esperava. Mas de entre todos, um me chamava. Quando dei por mim já tinha o braço estendido e estranhamente sentia que o livro me esperava. Queria-me com todas as suas forças. Olhei a capa. Mas que livro era este que me queria tanto?

O Pomar das Laranjeiras - Madredeus

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Assim é mais fácil de entender

Triste é o virar de costas, o último adeus
Sabe Deus o que quero dizer

Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou,
e se ao menos tudo fosse igual a ti

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender

É o amor, que chega ao fim, um final assim,
assim é mais fácil de entender.

Trocito de Fácil de Entender, The Gift
Me pellizcas
y preguntas
eres de verdad
pero si soy así de buena
porqué este vacío
que no se llena ni de mi
ni de nada.

domingo, 20 de julho de 2008

Homenaje a ti

Mi vida ahora se mide en el
antes de ti
y
después de ti

Gracias por haberme dado tanto.

sábado, 19 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Hoje os meus olhos reclamam o sabor que vai nos teus

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Venenos de Deus, Remédios do Diabo

Aos 10 anos todos nos dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias. Aos 30 anos pensamos que ninguém mais tem ideias. Aos 40 achamos que as ideias dos outros são todas nossas. Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias. Aos 60 ainda temos ideias mas esquecemos do que estávamos a pensar. Aos 70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pensamos quando dormimos.

Fala de Bartolomeu Sozinho, personagem de Venenos de Deus, Remédios do Diabo, de Mia Couto, Editorial Caminho.
Una caricia es una palabra que no se enfría nunca.

terça-feira, 15 de julho de 2008

A minha filha adoptiva

É a que tem a língua de fora. Ainda não sei o nome que irá ter. Primeiro tenho que estar com ela para lhe perguntar!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

¡Una joya!

Descripción de un mamífero o un ave

El pájaro del que voy a hablar es el búho. El búho no ve de día y de noche es más ciego que un topo.
No sé gran cosa del búho, así que continuaré con otro animal que voy a elegir.

La vaca

La vaca es un mamífero. Tiene seis lados: el derecho, el de la izquierda, el de arriba, el de abajo; el de la parte de atrás tiene un rabo del que cuelga una brocha. Con esta brocha se espantan las moscas para que no caigan en la leche.
La cabeza sirve para que le salgan los cuernos y además porque la boca tiene que estar en alguna parte. Los cuernos son para combatir con ellos. Por la parte de abajo tiene la leche. Está equipada para que se la pueda ordeñar.
Cuando se la ordeña, la leche viene y ya no se para nunca. ¿Cómo se las arreglará la vaca? Nunca he podido comprenderlo, pero cada vez sale con mayor abundancia.
El marido de la vaca es el buey. El buey no es un mamífero porque no tiene mamas. La vaca no come mucho; pero lo que come, lo come dos veces, así que ya tiene bastante.
Cuando tiene hambre y cuando no dice nada es que está llena por dentro de hierba.
Sus patas le llegan hasta el suelo. La vaca tiene el olfato muy desarrollado, por lo que se la puede oler desde lejos. Por eso es por el que el aire del campo es tan sano.

Niño de 8 años.

Here I Go Again!

Here i go again, oh Go(o)d! My mum said, don´t you do that again! My friends told me that too. But it' s too late.

I LET LOVE IN I LET LOVE IN

Rodrigo Leão


Que saudades da minha musiquinha!

domingo, 13 de julho de 2008

La ciudad de las mariposas

Vivo no campo. Ontem quase desprezei a cidade. Ao chegar à estacão de autocarros e ver toda aquela confusão, uma cidade desorganizada, feia e cheia de lixo; gente muito agitada e os carros a alta velocidade com a música aos berros, pensei, oh my good. Eu que vinha de Salamanca onde tudo é muito lindo, organizado e limpo. Hoje acordei e vi que afinal vivo no campo. A universidade de Cuenca onde estou fica perto de um bosque. Ouvi sapos durante a noite e hoje vi centenas de borboletas como nunca em toda a minha vida. Seria uma maravilha para o nosso amigo Maravalhas. E hoje sim, percebi porque é património da Humanidade, é que o casco antiguo não tem nada que ver. Uma encosta sulcada por dois rios, monumentos belíssimos e formas de erosão de encantar. Que interessante seria ter vivido aqui nos sécs XVII-XVIII onde estaria ainda tudo em bom estado e os rios limpos. Hoje sim, estou-me a deixar apaixonar pela cidade das mariposas.

Alegria


Jesús Otero Iglesias, Museu de Arte Contemporânea de Cuenca

Um eco

Um nome que corre
baixinho
como um murmúrio
um eco eco eco
um nome como um soco
nos lábios que o articulam
um nome
nauseabundo entre os nausabundos
um nome qualquer
feito de todos os nomes
um nome
que envenena a língua
e deita por terra todos os teus sonhos.
Um nome a apagar
dor por dor
a tragar
letra por letra
um nome que AMANHÃ
serás capaz de dizer
e repetir e repetir
na batida deste poema
como um eco eco eco
um nome
que é apenas um nome
onde cada letra é um gume
cada vez menos
cada vez menos
afiado
um nome que já és capaz de pronunciar
porque o AMANHÃ
é já o AGORA.

sábado, 12 de julho de 2008

¡Fotos! de Salamanca

CASA DAS CONCHAS (vista aérea)

A CATEDRAL (vista aérea)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

La despedida II

Hace poco el cielo de Salamanca empezó a llorar.
A lo mejor ya sabe que me voy.

La despedida

Huí de ti con miedo a no encontrarme sola.
El viernes de Salamanca

morcegos e cegonhas

Não sei o que passou ontem à noite. Um português de S. Tomé a contar contos e um guineense a tocar Kora. Griotizando, se chamava o espectáculo. No claustro da Casa das Conchas olho o céu. Negro já com o cair da noite. Negro e quente. Vejo morcegos a bailar e cagonhas brancas a bater castanholas ao som da música. Nos meus ouvidos vai entrando a história do Zé Manel. Eu o prenunciava correctamente na minha portuguesice. Eu também já estive em S. Tomé e vi esse pássaro despertador que toca castanholas com as asas. Voei até à minha cama e dormi profundamente. De manhã não sabia muito bem o que se tinha passado.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pessoa sempre presente

Casa das Conchas, Salamanca

quarta-feira, 9 de julho de 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Memória das Minhas Putas Tristes

"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."

Gabriel García Márquez

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ilusión

Un árbol reducido a su tronco. ?Qué ve el niño? Una ilusión, unos brazos tendidos, dispuestos a presarle. Para el hombre que llega de un rincón de la calle en busca de su amada el tronco es, por un momento, la silueta de ella. Un policía verá en él un ladrón. El ladrón, un policía.
El mismo tronco de árbol puede ser visto de diferentes maneras.
El tronco de árbol es la realidad, y las visiones del tronco son las proyecciones de las diversas mentes.
Existe un solo ser, el selft, que es inmutable.

Swami Vivekananda