quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cuentame un cuento Conta-me um conto 3

Uma estrela descendente acende a noite. Há muito tempo que não via um pirilampo. Quando era criança e brincava às escondidas sempre aí estavam a fazer-me companhia. De tanto iluminarem tinha medo que revelassem o meu esconderijo. Pauline. O título não me despertava sensações. Parecia ser o nome de uma mulher. O artista continuava a compor a sua tela. Abstracto, sim, era abstracto o que fazia. Transmitia agitação, igual à música que o acompanhava. Talvez eu estivesse a precisar dessa agitação. A minha vida estava a entrar na zona cómoda de onde sempre me tinha escapado.
A minha amiga falou-me baixinho ao ouvido. Que lês, perguntou. Nada, é um livro daqui. Não o posso levar porque não tenho outro para troca. Voltarei por ele. Acenou com a cabeça que entendia. Na verdade estava com muita curiosidade de passar os olhos pelo livro.

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