enquanto lanchava num dos parques da cidade do Porto, havia por ali uns pombos a apanhar migalhas. calhei de ir à mochila e peguei num pedaço de pão e atirei-o.
Socorro!
de repente o céu se fez escuro e um bando enorme de pombos se juntou, vinham de todo o lado! a princípio senti-me um pouco assustada, ai que as pessoas estão todas a olhar! depois diverti-me e dei e dei e dei e vi uma manquinha e tentei dar mais a essa mas os outros não deixavam e senti-me uma verdadeira mendiga, que felicidade! não parava de dizer, pronto, já chega, já acabou, mas não parava de dar!
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Matilde
- não passas, não passas! tens que dizer a palavra-passe!
- o que é a palavra-passe?
- é uma palavra para que eu te deixe passar!
- gosto de ti!
ontem brinquei muito com uma menina pequenina, Matilde, sempre pensei que quando tivesse uma filha lhe chamaria Matilde. gostei muito de brincar contigo!
- o que é a palavra-passe?
- é uma palavra para que eu te deixe passar!
- gosto de ti!
ontem brinquei muito com uma menina pequenina, Matilde, sempre pensei que quando tivesse uma filha lhe chamaria Matilde. gostei muito de brincar contigo!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sempre que o amor me quiser
sempre que o amor chama escondes-te debaixo das escadas ao lado do tanque. lá onde o céu não te pode atingir, nem o sol. gostas de aí estar só com o brilhar da escuridão. só sais quando é seguro, ou porque não te amam ou dizem que te amam mas não fazem a mínima ideia do que isso é. mas quando o amor chega achas que é bom de mais e escondes-te para que não te encontre. não sei se não será tarde de mais e o buraco escuro das escadas já não existe e agora para onde vás só há luz e queres pegar na chave com que fechas o coração mas lembras-te que a deitaste fora?
domingo, 26 de julho de 2009
aquele que não posso nomear
nunca pensei em ti como um homem
nunca não é bem verdade
algumas vezes afastei a ideia no mesmo milésimo de segundo
tu és o que vais à frente e não te misturas com a banalidade carnal tu és o que vieste da lua para que deixemos o luto e cantemos outro fado
nunca não é bem verdade
mas és o professor e eu oiço-te mas não só com o corpo
e o teu amor espalha-se equanimamente por cada um de nós
e no final cada um vai à sua vida
e tu voltas para a lua e lá tudo é perfeito e nós não comunicamos porque vives noutro mundo e quando me dizes essas coisas eu começo a acreditar que falamos a mesma língua que não só do corpo, mas sei que estou errada
e há algum tempo que espero o príncipe como nos contos de fadas e sei que ele vai chegar no dia em que o não esperar
mas nunca pensei em ti como um homem
nunca não é bem verdade
e um princípe é um homem
nunca não é bem verdade
algumas vezes afastei a ideia no mesmo milésimo de segundo
tu és o que vais à frente e não te misturas com a banalidade carnal tu és o que vieste da lua para que deixemos o luto e cantemos outro fado
nunca não é bem verdade
mas és o professor e eu oiço-te mas não só com o corpo
e o teu amor espalha-se equanimamente por cada um de nós
e no final cada um vai à sua vida
e tu voltas para a lua e lá tudo é perfeito e nós não comunicamos porque vives noutro mundo e quando me dizes essas coisas eu começo a acreditar que falamos a mesma língua que não só do corpo, mas sei que estou errada
e há algum tempo que espero o príncipe como nos contos de fadas e sei que ele vai chegar no dia em que o não esperar
mas nunca pensei em ti como um homem
nunca não é bem verdade
e um princípe é um homem
As estátuas são deprimentes
em Lisboa e em toda a parte.
Para isso se tornaram heróis nacionais, para agora terem caca de pássaro na cabeça e pombos nos ombros como as fardas dos generais e para que os alunos os abominem e os professores os assassinem dissecando a sua obra e todos os admirem sem verdadeiramente os conhecerem, mas porque alguém disse que eram importantes. E agora são poiso de pombos e são quem lhes faz companhia na frieza dos seus corpos que antes eram quentes e cheios de carne e agora são de bronze e têm feições rudes e andavam e gritavam e agora têm uma mágoa contida no metal e antes fizeram acções que hoje achamos grandiosas nem que tenha sido à custa do sofrimento de muitos e os sem-abrigo deitam-se aos seus pés sem se preocuparem muito em venerá-los e os pombos fazem-lhes caca na cabeça.
Para isso se tornaram heróis nacionais, para agora terem caca de pássaro na cabeça e pombos nos ombros como as fardas dos generais e para que os alunos os abominem e os professores os assassinem dissecando a sua obra e todos os admirem sem verdadeiramente os conhecerem, mas porque alguém disse que eram importantes. E agora são poiso de pombos e são quem lhes faz companhia na frieza dos seus corpos que antes eram quentes e cheios de carne e agora são de bronze e têm feições rudes e andavam e gritavam e agora têm uma mágoa contida no metal e antes fizeram acções que hoje achamos grandiosas nem que tenha sido à custa do sofrimento de muitos e os sem-abrigo deitam-se aos seus pés sem se preocuparem muito em venerá-los e os pombos fazem-lhes caca na cabeça.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
A felicidade a espalhar-se sem fronteiras
A harmonia, a paz, um sentimento de conforto, é o que diz o papel de embrulho de um livro que comprei hoje nos CTT. Gosto deste papel!
É curioso esta coisa dos correios agora venderem de tudo, ajuda a passar a espera namorando os livros.
O livrinho que comprei traz uma história muito poética sobre os animais que são ABANDONADOS todos os dias. Chama-se O gato que amava a mancha laranja. Contem-na às vossas criancinhas. Eu vou fazer a minha parte.
É curioso esta coisa dos correios agora venderem de tudo, ajuda a passar a espera namorando os livros.
O livrinho que comprei traz uma história muito poética sobre os animais que são ABANDONADOS todos os dias. Chama-se O gato que amava a mancha laranja. Contem-na às vossas criancinhas. Eu vou fazer a minha parte.
terça-feira, 21 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Oferendas
Ontem quando sai tinha na porta um frasco com frutos, prenda de amigos. São frutos lindos, de nome lindo. Tinha um bilhetinho. Entrei, li o bilhete e agradeci no meu coração. Ao sair vi que a minha vizinha tinha na sua porta uma flor linda com um grande laço de paixão. Ontem foi um dia bom.
terça-feira, 14 de julho de 2009
poeta da vida, assumo
- Qual é diferença entre um poeta e um poeta da vida?
- Um poeta escreve poesia, um poeta da vida vive a vida como uma poesia.
in A Saga de um Pensador, Augusto Cury
eu prefiro pertencer ao poeta da vida (agora)
o que seria dos poemas de amor sem paixões, desamores
quando só o amor fica começa-se a ser um poeta da vida
atentos poetas, se quereis continuar a escrever assim, não podereis nunca deixar de sofrer:
São de veludo as palavras
Daquele que finge que ama
Ao desengano levo a vida
A sorte a mim já não me chama
Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado
A gente vive na mentira
Já não dá conta do que sente
Antes sozinha toda a vida
Que ter um coração que mente
Rodrigo Leão
- Um poeta escreve poesia, um poeta da vida vive a vida como uma poesia.
in A Saga de um Pensador, Augusto Cury
eu prefiro pertencer ao poeta da vida (agora)
o que seria dos poemas de amor sem paixões, desamores
quando só o amor fica começa-se a ser um poeta da vida
atentos poetas, se quereis continuar a escrever assim, não podereis nunca deixar de sofrer:
São de veludo as palavras
Daquele que finge que ama
Ao desengano levo a vida
A sorte a mim já não me chama
Vida tão só
Vida tão estranha
Meu coração tão maltratado
Já nem chorar
Me traz consolo
Resta-me só um triste fado
A gente vive na mentira
Já não dá conta do que sente
Antes sozinha toda a vida
Que ter um coração que mente
Rodrigo Leão
segunda-feira, 13 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
e o mais fácil é...
he llorado muchisimo escuchando estas músicas, ahora no más! hi! hi! hi!
sempre achei que não tinha esse direito
sempre achei que não era digna
não me podia permitir
tradição familiar
mas as tradições já não são o que eram
e agora vês o bando de mentiras que nos metem na cabeça
e cospes fora o que já não interessa
e permites-te simplesmente
o mais fácil
SER FELIZ
sexta-feira, 10 de julho de 2009
borboleta hoje
tirei a couve do frigorífico
das folhas do coração saiu
... uma borboleta!
peguei nela e levei-a para a janela antes que os predadores cá de casa a vissem!
primeiro deixou-se estar a aquecer as asas e depois voou
directamente do frigorífico para o mundo.
estou há demasiado tempo no frigorífico
BORBOLETA HOJE
das folhas do coração saiu
... uma borboleta!
peguei nela e levei-a para a janela antes que os predadores cá de casa a vissem!
primeiro deixou-se estar a aquecer as asas e depois voou
directamente do frigorífico para o mundo.
estou há demasiado tempo no frigorífico
BORBOLETA HOJE
coração perfeito
A princípio estranhei, mas gosto, gosto de corações perfeitos, todos, mesmo com válvulas e pacemakers!
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Amor
de gatos
de andorinhas
de ser para ser
desde muito cedo me ensinaram a diferença entre seres vivos e não vivos
depois passei a ensinar
agora não tenho muitas certezas das coisas que ensino
numa ficha de diagnóstico que demos aos 5º anos pedíamos para fazer a correspondência de uma lista com nomes de seres e os termos ser vivo/ser não vivo. Alguns colocaram o Homem como ser não vivo.(!)
Mesmo esses Homens sabem. Devem é estar esquecidos. Se não amarmos mesmo os não vivos, não merecemos o ar que respiramos.
[como diz um amigo].
terça-feira, 7 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
O sorriso de Deus
Regresso Hoje
Levava-me pela mão. Frio ou calor seguia a bater chinelo. No Verão sabia a manhãs frescas. No Inverno sabia era bem ficar na cama. Saímos de casa ainda escuro, com a melhor roupa. Era Domingo. Começava às sete a palavra do Senhor. Sem entender muito bem lá repetia as lengalengas e recebia o corpo do Senhor. A minha bisavó Esmeralda apontava-me o caminho. Hoje as palavras são as mesmas, com a diferença de que ganharam significado. Hoje já não me acompanha, hoje já não vou a pé. Hoje já sei o caminho.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Belo comovente
ontem estive em auschwitz, surpreendentemente ajudei um judeu a escapar do inferno dos infernos. não foi fácil a fuga, os comboios que passavam não paravam de os conduzir mais e mais para o cativeiro.
felizmente nunca apanhou o comboio.
depois, talvez pelo fardo da vida, deixou-se paspalhar e passou a pertencer a um rebanho onde todos diziam amén. acabou sendo uma ovelha tresmalhada, mas não por muito tempo. foi levado a fazer parte de um bando onde só havia ele próprio a lutar contra ele próprio, a espezinhar-se a ele próprio a golpear-se a ele próprio a odiar-se a ele próprio e a máscara cegava-o, porque a beleza esteve sempre lá.
mas a esperança veio e quando a água caiu, pura e transparente, ela apareceu. e a terra fértil deu uma árvore cheia de frutos lindos que é como qualquer um de nós.
muito obrigada. foi o espectáculo mais lindo que vi nesta vida.
felizmente nunca apanhou o comboio.
depois, talvez pelo fardo da vida, deixou-se paspalhar e passou a pertencer a um rebanho onde todos diziam amén. acabou sendo uma ovelha tresmalhada, mas não por muito tempo. foi levado a fazer parte de um bando onde só havia ele próprio a lutar contra ele próprio, a espezinhar-se a ele próprio a golpear-se a ele próprio a odiar-se a ele próprio e a máscara cegava-o, porque a beleza esteve sempre lá.
mas a esperança veio e quando a água caiu, pura e transparente, ela apareceu. e a terra fértil deu uma árvore cheia de frutos lindos que é como qualquer um de nós.
muito obrigada. foi o espectáculo mais lindo que vi nesta vida.
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