quarta-feira, 10 de junho de 2009

Cuentame un cuento Conta-me um conto 5

Este é o começo de uma aventura que não sabemos onde irá acabar. Para já vai apenas começar. Espontaneamente irá saindo e crescendo. Sem rascunho. Espero divertir e divertir-me com este improviso.
Isto escrevi eu em Julho de 2008 e a partir daí fui aceitando o meu próprio desafio, mas não foi por muito tempo! Agora apetece-me, apetece-me passar os dias inteiros a escrever,não quero fazer mais nada, nem comer nem dormir nem amar, só escrever, é para o que dá a melancolia, ao menos isso.
O gigante visto de perto mais parecia um dos sete anões. Quando somos muito bons no que fazemos e isso nos está a dar imenso prazer ao partilhar, preenchemos todo o espaço, deixa de haver nós e os outros. Tinha sentido isso. Agora ao pé de mim parecia um ser normalíssimo. Excuse me, pareceu-me ouvir. Pedia uma cadeira para se sentar. Vi que deitava os olhos ao livro. Acenei um, à vontade, e sorri.
Sim, estava a ficar com vontade de me ir embora. Os meus amigos também acharam boa ideia. Tinha vindo a pé, por isso ainda me restava um longo caminho até casa, gostoso com aquela noite morna. Trocámos grandes abraços e promessas de nos vermos em breve. Adeus, adeus.
Pelo caminho tive a curiosa sensação de estar a ser seguida, não como se fosse por uma outra pessoa, mas por mim própria. Pensei no Peter Pan, se calhar estava a ter dificuldades em domar a minha própria sombra, ainda mais à luz dos candeeiros da rua! Uaaaaaa, que sono. Nesse momento lembrei-me que não tinha colocado o livro na prateleira. Não importa, pensei, foi chato, mas alguém o fará por mim. Olhei o anjo de frente à Brasileira, pobre, pensei, cheio de teias de aranha, pelo menos é útil à aranha.
Eu gosto muito deste anjo, é do Alberto. Que será feito dele, já não o vejo há imenso tempo. Será que de tempos a tempos passa a ver a sua criação. Como tudo está a envelhecer.

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