segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Para quem me visita de novo... e de velho

GERÊS

Quando me levantei
já as minhas sandálias andavam
a passear lá fora na relva


Esta noite
até os atacadores dos sapatos
floriram

DIÓSPIROS

Há frutos que é preciso
acariciar
com os dedos com
a língua

e só depois
muito depois

se deixam morder

(in "O Poeta Nu", Jorge Sousa Braga)

4 comentários:

redeazul disse...

Gerês

caminhos calcados por muitos
a que o silêncio regressa
como se nunca tivesse sido cortado

terra de cores
carícia de ventos
planados por águias

música de águas
tojo, giesta, tomilho e lírio

feto, urze,
pedras que falam
árvores que respiram

pinheiro
cipreste
vidoeiro
carvalho
salgueiro
azevinho

eco de gritos com asas
soltas, voadas, contentes
por não ver paredes
entre elas e o nada

simone

Amélie disse...

Obrigada linda! jà tinha visto no teu blog e gostei muito! Quem é a simone?

redeazul disse...

é a rede azul quando está apaixonada))

Unknown disse...

Para dizer que estou com saudades.